Cotoveladas

domingo, outubro 30, 2005

Padrecito...


Quando em 1876 Eça de Queirós publicou O Crime do Padre Amaro, não imaginaria que, mais de um século e duas décadas depois, fosse adaptado ao cinema, passando a intriga a ter lugar no México do século XX.
O Clero, segundo Eça, estava desvirtuado por uma defeituosa educação de seminário, que originava recalcamentos e um modo de ser hipócrita, convertendo a religião num condimento de vícios secretos. A avaliar pelo incómodo que o filme provocou nos membros da Igreja dos nossos dias, nada parece mais actual!
Três anos depois de ter visto o filme pela primeira vez com os meus alunos do ensino recorrente (desconfio que as alunas não prestaram grande atenção à história, antes ao actor principal...) , deliciei-me a rever Gael García Bernal no papel do padrecito que se perde de amores pela filha da Sanjoaneira e a revoltar-me perante a hipocrisia do ser humano.
A não perder, para quem ainda não teve a oportunidade de ver. E, já agora, falando de García Bernal, aproveitem para alugar Os Diários de Che Guevara, La Mala Educación e Amores Perros.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Guess who?


Já adivinharam? Será que foi para um site gay??
Enfim, deve ter sido mto bem pago para mostrar o rabinho, não acham?

Eh,eh! Desculpem qq coisinha!!

Pessoal Doce?!

Já não é mau de todo que haja quem veja assim a condição docente e tenha a coragem de o dizer!

quinta-feira, outubro 27, 2005


Olá!!!
Há semanas assim! Numas nada de novo acontece, noutras acontece de tudo o que mexe connosco, de bom e mau infelizmente!
Finalmente mais descansada de alguns stresses pessoais e livre da minha reunião de CT.

Ainda um pouco biruta das papeladas e de horas mal dormidas, mas nada que um belo mimo entre mamã e filhote não cure!

Aliás, cura tudo, podem acreditar!

Bjs.

"Sam, tu hombre del tiempo"


O Anthímio de Azevedo já era! Agora, temos "un meteorólogo con muy sex appeal".

sexta-feira, outubro 21, 2005

A Marcha dos Pinguins



Este documentário estreia, em Portugal, em Novembro e eu não vou perder!

When I carefully consider the curious habits of dogs
I am compelled to conclude
that man is the superior animal.
When I consider the curious habits of man
I confess, my friend, I am puzzled.
Ezra Pound
Ainda a propósito dos nossos amigos animais!

quinta-feira, outubro 20, 2005

A Dama e os Vagabundos



Começou por ser só ela, depois vieram os cachorrinhos e os amigos e já eram cinco…

Mas, mais um fim-de-semana e mais um canito: é que agora já são seis e é claro que uma cadela e cinco cães (apesar de dois ainda serem cachorros) começam a provocar alguns olhares de desagrado nos vizinhos…

É certo e sabido que as paixões canídeas não têm a intensidade das dos humanos (só nos ecrãs de Hollywood é que a Dama casa com o Vagabundo...); mas, olhando-os com atenção, e pondo de parte o que parece óbvio - o comportamento instintivo relacionado com uma determinada fase da vida dos cães -, percebe-se que há qualquer coisa (não vou dizer sentimento) especial entre os canitos e é isso que me faz olhá-los de forma, também, especial.

É, de facto, muito triste que em Portugal existam, ainda, tantos cães vagabundos. Eu, pela minha parte, enquanto puder, vou continuar a pôr a mesa para seis.

Alucinações?

Imaginem uma pacata professora (adivinhem quem...) dirigindo-se para o seu local de trabalho. Ao chegar junto do estabelecimento de ensino, e como já vem sendo habitual, escolhe um dos muitos lugares de estacionamento do lado oposto da rua para aparcar o seu veículo automóvel: imobiliza a viatura na estrada, engata a marcha à retaguarda e, quando inicia a marcha à ré, vislumbra, por cima do seu ombro direito, que está a estacionar ao lado de um dromedário (podia ser um automóvel, uma carrinha, um caixote-do-lixo, mas não...). Como qualquer professor, mesmo com dez anos de serviço, acredita firmemente que se encontra no seu perfeito juízo e, que tontice, dromedários só em África, que se saiba ainda não chegaram a Pinhal de Frades, reflecte. Convicta dos seus pensamentos, termina o estacionamento, pega na sua pasta, sai para a rua e... e encara com um belo camelídeo que, pachorrentamente, remói pedaços de palha... Não é Natal, mas parece: é que, "sinhoras e sinhores, mininas e mininos", o circo chegou! E, desta vez, para espanto de todos, o circo não é na escola, mas fora dela...

quarta-feira, outubro 19, 2005

Ai, Ai! A crise de inspiração instala-se de dia para dia, provavelmente porque tenho agora os neurónios a trabalhar noutro sentido.
Ou seja: cerca de 80 alunos por dia, naquela idade "teen" tão atribulada. As preocupações com o cabelo, a popa e a dobra das calças transformam-se no maior problema para as suas cabecitas, e mais problemático ainda se torna mandar tirar o boné na sala quando o cabelo não está em condições. No intervalo tentar que eles aprendam um pouco de Inglês e principalmente incutir as atitudes correctas e cívicas que deveriam estar já "entranhadas" em qualquer ser humano de mais de 14 anos.
Pelo meio, papeladas atrás de papeladas de Direcção de turma, caracterizações hiper detalhadas dos ditos meninos, reunião de pais após as 17 horas, preparar aulas de três disciplinas diferentes, Inglês, Formação Cívica e Área de Projecto, estas últimas em que 26 adolescentes discutem accerrimamente para conseguir o projecto que cada um quer mas que nunca agrada a todos. Nós, com a boa vontade dos moderadores vamos acalmando as hostes, mas já com a cabeça em água de tanta discussão só nos apetece mandar fazer o que bem entendam desde que não nos atropelem pelo caminho.
A adicionar a tudo isto, como dizia o outro... "e ainda..." reuniões de departamento, planificações, aulas de substituição e horas na "sala dos castigos".
Bom, acho que ainda me devo estar a esquecer de alguma coisa ... mas com isto não quero dizer que os professores trabalhem muito, não, não é nada disso. Apenas que trabalhamos o mesmo que os outros todos, pelo menos os que têm emprego, e com isso constatar que realmente ... com tanta coisa a ocupar-me o cérebro deixei de ter espaço para os Posts! Que pena!! Por isso, se deram pela falta de alguma coisa, algum assunto mais interessante que os golos do Benfica, enfim, esperem por melhores dias porque agora sou uma pessoa como as outras. Já só quero é chegar ao fim de semana, olhar para o céu, pensar no que vestir e distrair-me com o que de mais fútil haja para fazer, para não cansar as célulazinhas cinzentas!
Bjs
Eh,eh! Isto sou eu a olhar para os papéis do PCT e a pensar: "Que trampa é esta, serve para quê? Alguém me explica???"

domingo, outubro 16, 2005









BENFIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICA!!!

FORAM PRECISOS 14 ANOS PARA CONSEGUIR BAIXAR OS NARIZES DAQUELES SRS. DO FCP!
ASSIM JÁ PARECIAM OS CAMPEÕES A JOGAR!
GRANDE NUNO GOMES!

SAUDAÇÕES BENFIQUISTAS!!!


quarta-feira, outubro 12, 2005

Venham mais cinco

"Alguém falou da tristeza e do vazio do olhar dos animais. Vi a tristeza, em certos momento, no olhar do cão. A tristeza de quem quer chegar à palavra e não consegue. Mas não vi o vazio. O vazio está talvez nos nossos olhos. Quando por vezes nos perdemos dentro de nós mesmos. Ou quando buscamos um sentido e não achamos. O cão sabia o sentido, o seu sentido. E nunca o perdia."

Manuel Alegre, in Cão como nós

Tudo começou num dia de Agosto… A cadelinha apareceu lá à porta e dei-lhe de comer; senti pena (principalmente, porque se percebia que devia ter tido cachorros há pouco tempo) … Depois, passou a vir regularmente: primeiro uma vez por dia, depois duas e havia alturas em que até vinha três.

As minhas férias chegaram ao fim e passei a vê-la apenas aos fins-de-semana, contudo a errante cadelinha continuava assídua e pontual. Não sei como passa os dias, mas percebe-se que, durante aqueles momentos que está ali à porta, é feliz e o seu olhar não é vazio nem triste.
Passado algum tempo, apareceu com dois cachorros, muito mais reservados que a mãe, mas que já se atrevem a chegar às bolinhas de ração que coloco junto do portão… Primeiro espreitam e, se estou por ali, não avançam (escondem-se atrás do muro e sentam-se); quando vou para dentro, aventuram-se… são uma delícia! Mesmo sendo rafeiros, todos os cachorros são uma delícia. Agora vêm, também, regularmente. Não falham um fim-de-semana. Vêm sempre os três: ela muito afoita e com aquele ar de protecção; eles a tropeçar e um pouco desengonçados, como é apanágio dos cachorrinhos. Às vezes, detêm-se num monte de areia e as tropelias e brincadeiras são tantas que o monte deixa de ser monte e os três focinhos deixam de ser pretos. Claro que tive de reforçar a dose de ração.
No domingo passado, pela manhã, qual não é o meu espanto quando vejo, em fila indiana, não um, não três, mas sim cinco cães! É que a família canídea lembrou-se de convidar mais dois amigos para o pequeno almoço…

terça-feira, outubro 11, 2005


O clima está a mudar...











A chuva veio, finalmente. Não a chuva mole de princípio de Outono mas a chuva gorda e farta de uma tempestade tropical. Em Portugal, como noutros lugares, o clima muda devagar, mas muda. Setembro tornou-se um mês tórrido, Outubro um mês quente, e agora temos a monção e temos uma tempestade tropical, o Vince, que como todas as tempestades e furacões, sejam femininos ou masculinos, é cheia de caprichos e mudanças de rumo e humor.

O Vince, como toda a gente sabe, é uma tempestade tropical que se formou no meio do oceano Atlântico e que em vez de rumar para as Caraíbas e a América Central, resolveu vir para a Europa e o norte de África. Não me lembro de alguma vez termos sido atingidos por uma tempestade tropical baptizada, como não me lembro de uma seca como a que atingiu Portugal neste último ano. Não me lembro de uma «hurricane season» tão feroz como esta, de que o Katrina e o Rita ( o artigo definido e o substantivo não coincidem) são exemplos maiores de destruição.

Em Portugal, como no resto do mundo, o clima está a mudar. E nós começamos a ver o clima a mudar dentro do tempo das nossas vidas, o que é um acontecimento extraordinário. Apesar do que dizem os inimigos da ecologia e do ambientalismo, que identificam estes movimentos com formas parasitárias de activismo político vermelho e oportunista, o planeta está em sarilhos. As emissões de gases de estufa, a dependência energética, a poluição, a destruição das florestas das chuvas, o sobreaquecimento, o derretimento da calota polar, as fissuras na Antárctica e, de um modo geral, o nosso desinteresse, enquanto civilização de desperdício e bem-estar, pelo mundo que vamos deixar aos nossos filhos, são sinais da catástrofe que está para vir. Costumamos achar que a catástrofe é uma fantasia de Hollywood e que a invenção humana acabará por resolver estes problemas como resolveu outros antes mas, o principal problema decorre das nossas ignorância e desatenção egoístas, da arrogância americana e da emergência da China como potência consumidora de energia. Todos sabemos que o problema tem de ser atacado já -- e a fraqueza das Nações Unidas nestas questões é aterradora -- só não sabemos como atacá-lo ou obrigar as nações a atacá-lo.
As gerações futuras pagarão a factura.

11-10-2005
Clara Ferreira Alves

Pois eu ando mesmo preocupada com isto! Não é a brincar, é mesmo muito a sério, e parece que ninguém quer saber ou tenta ignorar os verdadeiros e assustadores factos!

Veremos até quando o planeta e nós próprios aguentaremos o ímpeto da Natureza, zangada e implacável!
Ela tem toda a razão e vai com certeza fazer-nos perceber isso da pior maneira!

segunda-feira, outubro 10, 2005

É só rir!

No rescaldo das Autárquicas, os bonecos do Contra são os únicos políticos que eu ainda tenho pachorra para aturar! Para matar saudades do Marques Pentes, do Isaltino Não Sais e do Manuel Triste ("A mim ninguém me cala!") enquanto o Telejornal não chega ao fim, nada como vir aqui e saber mais sobre o nosso boneco preferido, ver um vídeo ou jogar com o Paulo Tortas ou o Manuel Maria Sarilho, dando-lhes umas valentes cacetadas no alto da pinha (do melhor para aliviar o stresse acumulado...). "Quantos são, quantos são? Venham todos que eu não tenho medo de ninguém!".

sábado, outubro 08, 2005

Que bela carpa!


Era só o que nos faltava: um dia destes, chegamos a um restaurante, pedimos um peixinho grelhado e... calha-nos este peixe-robô!
Acreditem em mim, com tanta vaca louca, gripe das aves e, agora, peixes que afinal não o são, o mais seguro é tornarmo-nos vegetarianos!

quinta-feira, outubro 06, 2005



E pronto! Em era de Reality Shows nem os animais escapam!

Já não se pode ter um momento íntimo!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Os Velhos do Jardim

Van Gogh

Manuel Maria Carrilho promete táxi social gratuito para os idosos (o que quer que isso seja…).

O que será dos velhos do jardim, se Manuel Maria Carrilho, o candidato-marido, ganhar a Câmara de Lisboa? Vão passar a andar no “laréu”!

Os Velhos do Jardim
Carlos Tê / Rui Veloso

Quando o sol sobe no céu,
Chegam ao jardim os velhos,
Honoráveis presidentes
Dos bancos de pau vermelhos;

Analisam movimentos,
Conferem as florações,
Medem o canto das aves,
Dão aval às estações.

Não há nada no universo
Que aconteça sem o não e sem o sim
Dos velhos do jardim.

Depois, chamam os pombos…
De pão e milho dão festins
E os pombos falam com eles
Na língua dos querubins.

Quando a tarde se despede,
Voltam de novo a ser velhos;
Seguem o rasto do sol,
No lago feito de espelhos

Não há nada no universo
Que aconteça sem o não e sem o sim
Dos velhos do jardim.

O dia vai-se acabando
No seu lento e frio afago,
Um dia vão subir ao céu
Montados nos cisnes do lago.

Não há nada no universo
Que aconteça sem o não e sem o sim
Dos velhos do jardim.

Pedaladas!


Passo pelo parque, vejo os patos e as tartarugas do lago; páro para o café, leio uma revista; volto a pedalar, procuro recantos que não conheço, passo pelas pessoas e aceno a algumas; as pernas esforçam-se por aguentar, depois de meses sem trabalhar; acelero na estrada para sentir o vento , dou a volta à terra, uma vez ou duas, e volto por fim a casa com o gostinho bom de quem fez desporto, suada e agradavelmente cansada.

Uma hora de pedaladas por dia, por esta cidade alentejana, sentindo o vento, os odores da terra, das árvores , e o melhor de tudo, os músculos a trabalhar, sem estar fechada num ginásio escuro, olhando para o espelho à espera da forma física idealizada.
Sem dúvida mais interessante!!

Eh! Eh! Já sei! Que grande ambição para um caracol, não é?
Passo a caracol de corrida!!

World Press Photo

A exposição da World Press Photo apresenta os duzentos melhores trabalhos de fotojornalismo do ano passado, a nível mundial. Estas fotografias, que são autênticos documentos históricos e sociais, estão à distância de uma ida ao Centro Cultural de Belém até ao dia 23 de Outubro. Que tal aproveitar o feriado a meio da semana para, além de apreciar estes trabalhos ímpares, revisitar alguns dos muitos monumentos que enriquecem esta bela zona, passear à beira-rio e, claro, terminar a tarde saboreando uns divinais pastéis de Belém? Será, certamente, um óptimo programa; e se a companhia for agradável, ainda melhor...

domingo, outubro 02, 2005

Verão Azul!


Pois... Eu sou de facto muito privilegiada; sou professora e neste momento desempregada, depois de dez anos de ensino com contratos fabulosos a terminar em Agosto e depois de mais de 12 escolas percorridas pelo país, entre Almada e o Torrão (Alentejo), mas mesmo assim muito sortuda por ter esta fabulosa profissão, que me permite ter fins-de-semana prolongados no sul de Espanha, com um tempo fantástico, água a 23 graus e praia a perder de vista, com muito poucos privilegiados com eu.
Ainda bem que tenho esta...enfim, este hobby a que chamam de docência, que já ninguém respeita, que já todos desautorizaram, mas que afinal é tão bom! Se não fosse, já viram, eu não poderia ter passado agora 4 espectaculares dias de praia!
Ah! como é bom o desemprego! Vá invejem-me! Não é isso que afinal todos os que dizem mal dos professores sentem lá no seu intímo? Então? Cá estou eu a mostrar-vos por A + B que não há melhor profissão que esta!
Oh! Acho que afinal não estão muito interessados! Pensem lá bem, quem pode gozar praia tranquilamente em Outubro, sabendo que chega a casa e que na segunda-feira, ao contrário do resto dos comuns mortais, não vai trabalhar!
Pois... não é mesmo para qualquer um, é só para nós...professores contratados e desempregados!
É só vantagens! Considerem e juntem-se a nós!