Cotoveladas

quinta-feira, setembro 29, 2005

O Verão no Outono

Há dias de Outono que mais parecem de Verão, como o de hoje. Sendo assim, nada melhor que encará-lo como tal: entre uma ida à à Segurança Social e uma passagem pelo Tribunal que, por sinal, estava fechado (quem é que me manda a mim não estar atenta às notícias...), há ainda tempo para me presentear com uma saltada à praia com direito a mergulho e tudo! Não fosse o barulho incomodativo das obras de construção de um mega-empreendimento mesmo em cima da areia, e aquelas duas horitas teriam sido perfeitas. Ruídos à parte, foi do melhor para recarregar baterias e para atrasar a chegada daquele tom de pele amarelado que me acompanha na época baixa. Vantagens de viver perto da praia...

quarta-feira, setembro 28, 2005

Desassossegos Benfiquistas!


Ó amigo Koeman! Então perdem-se jogos assim nos últimos minutos!!?
O Simão faz aquele fantástico golo em Manchester em vão?!!
Começo a achar que há uma conspiração mundial para deitar abaixo o Glorioso!
Será que agora é o treinador que está comprado pelo Pinto da Costa??

Olhe, não fosse um animal tão simpático e que eu tanto respeito, até lhe chamava "burro"!
Mas vejam lá este espécime tão bonito!
Não merece ser comparado aos míseros humanos, ainda por cima no mau sentido!

Que mania de chamar burro aos pouco espertos!!

terça-feira, setembro 27, 2005

História de (des)encantar

Sempre que vejo o anúncio do "Sapo Messenger", lembro-me daquela história infantil em que o rato do campo vai visitar o rato da cidade. Esta fábula faz parte da tradição oral e acho que a li, pela primeira vez, em 365 Histórias de Encantar, histórias que, apesar de um pouco demodé, ainda me encantam.
De facto, encontro algumas semelhanças entre a aventura dos ratitos e o anúncio: em ambos há dois “animalitos”, um visita o outro, o primeiro contacta com uma realidade que não é a sua, etc.… Infelizmente, é apenas na história infantil que se vê uma intenção didáctica ou uma moral…
Que o amigo do sapo possa ser um pinguim ainda se compreende, que o pinguim venha visitar o sapo, também; que vão os dois beber uns copos, idem; mas eructações (vulgo: arrotos) e desarranjos intestinais?
O que é que isso pode acrescentar ao objectivo publicitário?
Que desencanto!

Ah! As "Delícias" da Campanha!!!





domingo, setembro 25, 2005

Sudokumania

Ainda nem há um mês atrás, quando este blog tomava forma, eu, a Cotovia e a Snail comentávamos que ainda não haviamos sido apanhadas pela "febre" do Sudoku. Na verdade, até achávamos que isso era mais uma coisa de gente ligada às ciências e números, que nós eramos mais letras. Mal imaginava eu que, passado tão pouco tempo, também estaria viciada neste jogo de origem nipónica de pôr os olhos em bico a qualquer um e que, ainda por cima, faz bem aos neurónios! Pelo andar da carruagem, um dia destes tenho de fazer uma cura de desintoxicação, tantos são os vícios que recentemente se apoderaram de mim: ele é blogs, ele é msn, skype e agora também o Sudoku! O que se seguirá?

sábado, setembro 24, 2005

Alguém se lembra?

Onde está a Poesia?

Todos a procuram
Onde está?
Urge encontrar
Na Faculdade de Letras
Debaixo das mesas do bar
Andam alunos de rabo para o ar
Dentro dos livros dos imortais
Debruçam-se olhos tentando ser iguais
No fundo do copo de bagaço
Enquanto se estuda literatura contemporânea
Um finalista pergunta ao outro:
"Encontraste-a?"


Professores altivos, impiedosos
Alunos medíocres e pseudo-intelectuais
Críticos cínicos, viciados
Todos procuram a indelicada poesia
Que insiste em não se dar
A qualquer um...

Ano após ano
Todos saem cabisbaixos
Quase iguais
Vazios
Não a encontraram?

No corrupio de tal demanda
Alguém tropeça, ops!
Na srª da limpeza
E não a vê.
Segue farejando,
Não se desculpando.
Ela pega no balde
E continua,
Tranquila...
Pensa nos filhos,
No marido ausente
E continua,
Tranquila...
Porque não pode pedir mais
Porque não procura versos tais

E um dia a poesia agradecida
Vai ter com ela, e ali fica escondida.

sexta-feira, setembro 23, 2005

“You never know, lightning could strike”


Ontem, vi, pela terceira ou quarta vez, o filme Meet Joe Black, um dos poucos que não me canso de rever. Começando por verter algumas lágrimas, acabo, sempre, numa “choradeira pegada”.
A morte e a perda servem de pretexto para uma apologia da vida, da paixão e do amor e este é, sobretudo, um filme bonito.
Joe Black não é definitivamente “just a kid in a suit” ! E para quem não viu o filme: “Multiply it by infinity, and take it to the depth of forever, and you will still have barely a glimpse of what I'm talking about”.


quinta-feira, setembro 22, 2005

Vale Tudo!

Que um qualquer adulto, no gozo das suas plenas faculdades mentais, vá a um qualquer programa de televisão dar a conhecer ao Mundo as suas fraquezas é algo que me faz muita confusão. Mas quando as crianças são sujeitas a tal violência emocional, cresce dentro de mim uma revolta sem limites que roça a repugnância.
Passo a explicar: por força do hábito, liguei a televisão à hora do almoço, tendo escolhido por companhia o programa da manhã apresentado por aquele senhor que antigamente usava bigode e tinha cara de mau e que agora quase dá pinotes para alegrar os espectadores. Após uma breve incursão pela Quinta das Celebridades que agora parece que mudou o nome para 1ª Companhia, eis que é apresentado o caso da menina de cinco anos, “coitadinha”, que nasceu prematura, foi submetida a um sem número de intervenções cirúrgicas e que, por força de uma deficiência motora, se vê privada de caminhar sem a ajuda de outra pessoa. De imediato, peguei no comando da televisão para mudar de canal, mas, como boa portuguesa que sou, a minha curiosidade pela desgraça alheia venceu e quis ver o desenrolar da história.
Após a reportagem, são convidados a tomar lugar no estúdio a criança com os pais da dita. Todo o drama da pequena foi contado e recontado até ao mais ínfimo pormenor: mãe e pai “desenrolavam o fio da meada” como se o fizessem para um ou dois amigos íntimos; os apresentadores, com o seu questionário, davam à história contornos verdadeiramente dramáticos; a música de fundo, dolente, puxava a lágrima; e a criança, que surgia em grande plano, tinha um ar parecido com aquele que qualquer um de nós, seres minimamente ciosos da nossa privacidade, teria se fossemos expostos a tal situação.
Faltava ainda a “cereja no topo do bolo” para superar todas as audiências: o testemunho daquela que era objecto da conversa. O apresentador assume o comando e coloca duas questões à infeliz: a primeira era se ela gostava de andar de bicicleta; da segunda não me recordo. A entrevistada responde acenando tenuemente com a cabeça, faz beicinho e rompe num choro compulsivo, agarrada aos braços do pai. De rompante, pego no comando, mas ainda consigo ouvir uma breve referência ao descontrolo da pequena e nova interpelação aos pais: “Então em breve a vossa filha vai ser, mais uma vez, operada às ancas, não é verdade?”.
Vocifero, revolto-me contra a perversidade da nossa sociedade! Deixem este ser humano (con)viver com a sua realidade, não façam dele um desgraçado, em nome das audiências, em nome do poder!!
Ah!, aproveito o momento para mostrar publicamente a minha vergonha por ter contribuído para engrossar as audiências deste programa…


Meia-noite. Noite de Setembro. Mais uma noite sem sono, de horas trocadas… dediquei-me ao cinema e vi um filme que há muito queria ver, mas não me tinha ainda disponibilizado para isso. Talvez porque soubesse que me iria afectar, deixar a pensar, que é coisa que gosto, mas nem sempre me apetece.
Dogville, de Lars von Trier.
Como esperava, não fiquei indiferente. É incrível o modo como ele nos confronta com uma realidade que nem sempre queremos ver: a essência do ser humano. E não é coisa boa, pois!!
Está incrivelmente bem feito, principalmente o argumento, que leva aos poucos ao conhecimento das personagens e à sua verdadeira essência. O final é delirante!

Bom, e com este filme, que mostra o lado negro dos homens, o modo como nos servimos e abusamos de quem se mostra mais frágil, lembrei-me de uma letra e música de Chico Buarque. Só o melhor compositor e escritor de canções do Brasil, (a meu ver, claro!)




Este Chico é de conhecer, é de procurar, ouvir as letras e cantar, assim como dançar ao som dos seus muitos sambas. As suas letras são de uma inteligência e sarcasmo, umas vezes doces, outras azedas. Mas sempre espectaculares!

Deixo-vos aqui a letra da música, que me recordou o filme Dogville. Para quem conhece o filme não deve ser difícil encontrar coincidências.
Para quem não viu, ficam as duas dicas: Dogville e Chico Buarque de Holanda. Nada em comum…mas afinal tudo…pois ambos tentam mostrar e compreender os comportamentos desta espécie, à qual todos pertencemos, mas que, ainda assim, nos deixa estupefactos.



Geni e o Zepelim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque

De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir

Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir

Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão

Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir

Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

quarta-feira, setembro 21, 2005

Quem vier ao quadro está dispensado de fazer o TPC!


Quem quer vir ao quadro?
Então ninguém se oferece? Vou ter de tirar à sorte!

Era bom que fosse assim tão fácil: - Precisa-se professor(a) para ir para o quadro.
Era bom que a sorte sorrisse a todos os que se oferecessem…
Mesmo na primeira fila e com o braço no ar, não nos vêem (ou não nos querem ver). Pois, pois! Somos uns discriminados! É injusto!

E o TPC? Qual é o TPC para hoje? É o mesmo de sempre: entregar uma fotografia, o certificado de registo criminal, o atestado de robustez física e psicológica… (sim, de facto é preciso ter cuidado, pois isto estar de braço no ar tantos anos, faz com certeza mal à saúde, quer seja ela física ou mental) - O prazo para a entrega é de um mês.
Os que conseguiram o privilégio de ir parar ao quadro, escaparam-se e não têm TPC. Pois, pois! São os meninos queridos! E Nós? Que até nos portamos bem, cumprimos os prazos e chegamos antes do segundo toque… É injusto! Somos uns discriminados!

Quem quer vir ao quadro?

E lá fico eu de braço no ar… à espera que reparem em mim. Ainda por cima, tenho de fazer o TPC, pois, se não for assim, corro o risco de, daqui a um mês, nem sequer me deixarem entrar na aula (e este TPC é daqueles bem chatos!).

Sou, todos os anos, excluída do sistema apenas porque não vou ao quadro, mas, ironia das ironias, acabo por utilizá-lo quase diariamente.

terça-feira, setembro 20, 2005

Consequências da bestialidade humana!



Um bando de leões matou e devorou 20 pessoas e feriu outras 10, tendo ainda morto 70 cabeças de gado no sul da Etiópia na semana passada, adiantou esta terça-feira a polícia.
Os ataques obrigaram um milhar de pessoas a deixar as suas casas na zona de Hadja, 400 quilómetros a norte da capital, Addis Abeba. De acordo com um comunicado da polícia, «os leões saem da mata em busca de alimento», em grupos de dois a quatro animais.
Os animais estão a alimentar-se de seres humanos nas áreas onde as suas presas habituais desapareceram em consequência da caça intensiva, da deflorestação e da explosão demográfica. Há ainda o caso de leões idosos, que comem homens porque são mais fáceis de apanhar.
«As 20 pessoas foram atacadas e devoradas por leões enquanto se ocupavam dos seus afazeres diários», adiantou ainda a polícia.
in Diário Digital
Bom, e com isto os defensores fundamentalistas da causa animal devem ficar felizes por, pela primeira vez, e devido à má acção do homem, o animal conseguir a tão eficaz vingança!
Brrrr….! Humor negro!
Mas dá que pensar… os animais começarem a caçar-nos por nós os caçarmos demais!!!

Já não faltava mais nada àqueles desgraçados na Etiópia!

Coisas de mulher

Missangas verdes, azuis, amarelas, cor-de-rosa; contas grandes, pequenas, médias; fechos para colares, pulseiras, brincos; workshops de bijuteria… e muito mais podemos encontrar na Milefiore.
Para quem não conhece, esta é uma loja que funciona em self-service: cada cliente tem uma caixinha do tipo cesto das compras e escolhe, de entre a vastíssima variedade existente, os componentes para fabricar as suas próprias peças de bijuteria em casa ou na própria loja, usando as ferramentas que tem ao seu dispor. Para quem não tem muito jeito para trabalhos manuais, como é o meu caso, tem o apoio especializado das colaboradoras ou então pode frequentar um dos cursos que começa agora em Outubro.
Meninas, comecem a mexer-se, esta é uma boa forma de animar os nossos dias de Outono que agora começa! Quanto aos rapazes, sempre podem ficar na esplanada mais próxima a ler um qualquer jornal desportivo…

De volta... e em grande com certeza!


Que tal uma ida ao teatro? Com este senhor não podemos sair mal dispostas, certo?

Teatro Armando Cortez
Casa do Artista. Estrada da Pontinha, 7. Tel : 217 110 890
Coçar Onde é Preciso
Textos de José Pedro Gomes, direcção de Sónia Aragão e José Pedro Gomes, interpretação de José Pedro Gomes.

4ª a Dom., às 21h30
a partir de 21 de Setembro

segunda-feira, setembro 19, 2005

Olá! Alguém me quer?


Contacto para Adopção:Organização: BIANCA - Ass. Prot. Animais sem Lar Conc. SesimbraNome: Ana Duarte; Teresa Sousa; Rosa ZegreLocalidade: Sesimbra (Zona Setúbal)Tel: 964423018, 919536295 ou 969174268, 968132815Email: bianca_sesimbra@hotmail.com

Pode ser que alguém queira adoptar esta pequenita.
Mais informações e outros "pequeninos" à espera de dono em www.adopta-me.org

Snail

sexta-feira, setembro 16, 2005

Desabafos


Ainda bem que eu nunca disse isso a ninguém!
Pode haver muitos a não querer trabalhar, mas como isto está,
cada vez são mais os supostos activos a ficar inactivos à força.

Para mim serão mais umas semanas de longa espera, com certeza!

Não fosse este cantinho que me vai confortando e preenchendo os dias...

Olhem, vivó Benfica!


quarta-feira, setembro 14, 2005

As tecnologias é o que dá...




Depois de deambular pela "Blogosfera", para o que a Carla Motah e a T-shelf muito contribuíram, lá surgiu o Cotoveladas (lembro-me que o verso da Mensagem “A Europa jaz posta nos cotovelos” foi uma espécie de mote para o título do Blog).

Já há alguns anos (ainda não se falava em Novas Tecnologias), numa noite na Carrapateira, elaborou-se uma primeira página de um "Diário de Campanha": um texto sobre um escaravelho, ao qual até foi dado um nome (Matias), uma aranha e uma libelinha, a libelinha Libânio. A ideia de uma espécie de Clube dos Poetas Mortos tinha começado a tomar forma; infelizmente, ou felizmente não passou disso: de uma ideia (o dito texto ainda está, contudo, guardado, juntamente com as fotografias, ainda físicas, dos rolos de 24 ou 36).

Mas as tecnologias têm destas coisas e o nosso “Diário de Campanha” assumiu a forma de Blog. Ontem, descobri, também, as maravilhas do falar on-line em tempo real (claro que com uma ajudinha preciosa da Pantera e da Snail) e o resultado está à vista…

Não há fome que não dê em fartura...

Após uns dias enfadonhos impostos pela dúvida em que se tornou a minha vida no início de cada ano lectivo, eis que surge um sábado repleto de acontecimentos sociais, uns mais interessantes que outros, como mais adiante se aperceberão. A saber:
- jantar de família em casa da mãe, ao qual não posso faltar, por razões óbvias;
- jantar de aniversário da amiga Cotovia, com quem vou comemorar na sexta-feira para me redimir da minha ausência;
- festa da Lua Cheia na Fundição de Oeiras (Susana e Rui, perdoem-me, mais uma vez não poderei estar presente...);
- reunião de condóminos, onde certamente se discutirá a questão do vizinho que não deixa o outro entrar na garagem, a história daquele que atira com a porta às tantas da madrugada, quem será a nova empregada encarregada da limpeza das escadas do prédio, a escolha do novo administrador, e tantas outras coisas interessantes...
Se há dias em que desejaria ter o dom da ubiquidade, este sábado seria um deles, sem sombra de dúvida. Ou por outro, dispensava aquela parte da reunião de condóminos (ainda não percebi se os meus vizinhos não terão nada de mais interessante para fazer num sábado à noite...). No entanto, como de facto só posso estar num sítio de cada vez, e deduzindo que quem não conhece a Cotovia não estará interessado na sua festa de aniversário, e muito menos na reunião de condóminos (esqueci-me de referir que terá lugar nas escadas do prédio, o que eu considero um local fabuloso!!), desafio-vos a ir à Festa da Lua Cheia que terá, asseguro-vos, muita animação e surpresas.
Perante este cenário, faço daqui um apelo: amigos, organizem-se, não marquem tudo para o mesmo dia! O que será de mim no domingo à noite, por exemplo??

segunda-feira, setembro 12, 2005

Hurra! Viva!


Yes, finalmente consigo inserir imagens a partir do meu computador!! Para os mais distraídos, esta minha alegria não faz qualquer sentido, mas aqueles que acompanharam todas as minhas tentativas falhadas de adicionar imagens aos posts compreendem por que lanço foguetes! Agora ninguém me pára (isto é, se eu ainda me lembrar como alcancei esta proeza...). Não percam as cenas dos próximos capítulos!
Pantera Cor-de-Rosa

sexta-feira, setembro 09, 2005

Momentos Có(s)micos!


O Du Arte Garden do Casino Estoril teve ontem os Santos e Pecadores como anfitriões da noite.
Eu só frequento aquele casino uma vez por ano e que é exactamente esta, para ver este concerto (podem imaginar porquê!) e divertir-me com algumas fantásticas cenas “de filme” que por ali se passam…
A lotação esgotada no bonito átrio do casino previa um bom concerto para os Santos, que normalmente são bem acolhidos ali, pois estão a jogar em casa!
O verdadeiro momento televisivo foi quando me vi, eu, que tranquilamente assistia ao espectáculo, em cima do palco, mais umas quantas vítimas do nosso entusiasta vocalista, Olavo, que resolveu puxar-nos, literalmente à força, para o palco.
E agora? Faço o quê? Bom, quando olho para a multidão toda de olhos postos em nós percebi de imediato que ficar parada seria o mais trágico, no mínimo tomates voariam…
Agora percebo o stress de estar em cima de tal coisa, meu Deus, as luzes aquecem e fazem-nos suar imediatamente, os olhares focam-nos à espera de… algo? e as câmaras apontam ameaçadoramente!
Para quem não é artista, a situação é no mínimo ridícula!
Ok, o melhor é mexer-me!Decidi rapidamente! Todas começámos a abanar-nos e a bater palmas, umas mais tortas que outras, quais coristas em playback! O momento pareceu durar séculos para nós, mas foi apenas uma música. Deu para tudo… duetos de dança entre mim e o meu guitarrista favorito, e figuras tristes atrás do Olavo enquanto ele nos pedia para o imitarmos… can you imagine???
Enfim, momentos…o melhor estava para vir!
A dada altura já quase no fim do concerto eis que surge ela, the One, the Only, the Unique… LILI Caneças no seu melhor, de copo na mão, em frente ao Olavo, brindava e dançava quase a cair dos saltos abaixo. Fenomenal! Só faltava o letreiro na testa a dizer: “Hei! Cheguei! Filmem-me por favor!”
Afastou-se por momentos com uma “menina” igual a ela mas uns anitos mais nova…incrível como a atitude destas pessoas as faz parecer tão vazias!
Daí a um bocado, lá ressurge ela, e desta vez para se plantar nas escadas do palco, mesmo no centro, não sei se estão a ver…em frente ao vocalista e personificando na perfeição a música do momento: Miss Solidão! Sempre com o seu sorriso plástico, que parece não poder tirar senão… a cara cai!
Entretanto, Olavo senta-se também nos degraus para cantar “Momento final” e ela, de mão em cima das suas pernas, em êxtase, continua o seu “teatro” decadente…ele canta e ela brinda a ele …ele canta e ela põe a mão na sua perna…ele canta e ela faz-lhe festas na face, longas e sedentas…não sabemos bem do quê, não é?
Surreal! Só vendo se consegue, de facto, captar todo o “belo” momento protagonizado por esta nossa "estrela" do social … em queda!
Mas afinal…que outros “belos” momentos terá esta senhora na vida…? Quem vive para aparecer … é porque de facto não tem mais …nada de verdadeiro…para na realidade viver…
Não sei…mas que nos deixa estupefactos…lá isso deixa!

Em relação ao concerto, foi realmente bom!
Mas eu sou suspeita para falar, certo?
Snail

quinta-feira, setembro 08, 2005

"Pai nosso cristais no Céu"




Parece que o “chuvilho” não veio para ficar e a chuva, “abensonhada” ,continua, quem sabe, pasmada

Cotovia

terça-feira, setembro 06, 2005

Miura

Quando li o texto da Snail sobre Barrancos, lembrei-me imediatamente de Miura.

Há alguns anos, estive com a Snail e com a Pantera cor-de-rosa em Barrancos; bebi “Tinto de Verano” e comi carne com tomate, mas acho que não entrei no espírito barranquenho e não fui à tourada. A tourada é um espectáculo ao qual eu nunca assisti, a não ser, por breves instantes, antes de mudar o canal, na televisão. Não entendo como é que um touro acaba, tal como Miura “condenado a divertir a multidão”.

“Miura” pertence a Bichos de Miguel Torga e é um conto em que o narrador narra de acordo com o que Miura (um touro que morre na arena) vê, pensa e sente.

Miura é forçado a entrar na arena. “A tremer como varas verdes, de cólera e de angústia, olhou à volta. Um tapume redondo e, do lado de lá, gente, gente, sem acabar. Com a pata nervosa escarvou a areia do chão. Um calor de bosta macia correu-lhe pelo rego do servidoiro. Urinou sem querer.
Gritos da multidão. (…)
… o manequim de lantejoulas caminhava (…), bateu o pé direito no chão e gritou:
- Eh! Boi! Eh! Toiro!
A multidão dava palmas. (…)
Infelizmente, o fantasma, que aparecia e desaparecia no mesmo instante, escondera-se covardemente de novo por detrás da mancha atordoadora. Os cornos ávidos, angustiados, deram em cor. Mais palmas ao dançarino.
[Miura] parou. Assim nada o poderia salvar. À suprema humilhação de estar ali, juntava-se o escárnio de andar a marrar em sombras. (…)
O espectro doirado lá estava sempre. Pequenino, com ar de troça, …(…)
Sem lhe dar tempo, com quanta alma pôde,
[Miura] lançou-se-lhe à figura, disposto a tudo. Não trouxesse ele o pano mágico, e veríamos!
Não trazia. E, por isso, quando se encontraram e o outro lhe pregou no cachaço, fundas, dolorosas, as duas farpas que erguia nas mãos, tinha-lhe o corno direito enterrado na fundura da barriga mole.
Gritos e relâmpagos escarlates de todos os lados.
Passada a bruma que se lhe fez nos olhos, relanceou a vista pela plateia. Então?!
Como não recebeu qualquer resposta, desceu solitário à consciência do seu martírio. Lá levavam o moribundo em braços, e lá saltava na arena outro farsante doirado. (…)
Avançou de novo. Os olhos já lhe doíam e a cabeça já lhe andava à roda.
Humilhado, com o sangue a ferver nas veias, escarvou a areia mais uma vez, urinou e roncou, num sofrimento sem limites. (…)
Parou. Mas não acabaria aquele martírio? Não haveria remédio para semelhante mortificação?
Num último esforço, avançou quatro vezes. Nada. Apenas palmas ao actor.
Quando? Quando chegaria o fim de semelhante tormento?
Subitamente, o adversário estendeu-lhe diante dos olhos congestionados o brilho frio dum estoque.
Quê?! Pois poderia morrer ali, no próprio sítio da sua humilhação?! Os homens tinham dessas generosidades?!
Calada, a lâmina oferecia-se inteira.
Calmamente, num domínio perfeito de si, Miura fitou-a bem. Depois, numa arremetida que parecia ainda de luta e era de submissão, entregou o pescoço vencido ao alívio daquele
gume."

Não é só Barrancos, com os touros de morte, que eu condeno, mas sim a tourada em si, a tourada como espectáculo (e que espectáculo cruel!), o sofrimento dos animais, apenas e só, para divertir multidões.
A tourada é uma tradição cultural com raízes profundas, mas a Humanidade evolui e, se calhar, há tradições que poderiam dar lugar a outras, talvez até bem mais evoluídas.

Foi um alívio para Miura e um alívio para mim o final deste conto.

Afinal os homens têm destas generosidades…

Cotovia

domingo, setembro 04, 2005


Tarde de Domingo …ingo…ingo…ingo
Calor de Alentejo…ejo…ejo…ejo
Sesta ao pôr do sol…ol…ol…ol
Passa lagartixa …ixa…ixa…ixa
P’la espreguiçadeira…eira…eira…eira
Que eco insistente…ente…ente…ente
Que não vai embora…ora…ora…ora
Poesias na mesa…esa…esa…esa
Esperam ser lidas…idas…idas…idas
Que bela preguiça…iça…iça…iça
Se espreguiça em mim…im…im…im

Levanto-me enfim…im…im…im
Mas algo me enguiça…iça…iça…iça
As pernas moídas…idas…idas…idas
De tanta moleza…eza…eza…eza
A cabeça ignora…ora…ora…ora
O acto indolente…ente…ente…ente
Vou pela soleira…eira…eira…eira
A mangueira espicha…icha…icha…icha
Canto em si bemol…ol…ol…ol
E mais um bocejo…ejo…ejo…ejo
Só por ser Domingo…ingo…ingo…ingo

Snail

sábado, setembro 03, 2005

Ensaio sobre os que vendo, não enxergam

No seu 31º aniversário, o grupo de teatro "O Bando" leva a cena a obra de Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira. Se a obra não deixa ninguém indiferente, a dramatização não lhe fica atrás: a história dos habitantes de uma localidade (que pode ser qualquer uma, em qualquer época) que deixam de ver leva-nos a uma reflexão sobre o nosso papel nesta sociedade superficial e egocêntrica; os actores e o cenário envolvem-nos numa atmosfera plena de simbologia e de despojamento. Para quem gosta de Saramago (ou não) no Teatro da Trindade até ao dia 18 de Setembro. A não perder!

Pantera Cor-de-Rosa


sexta-feira, setembro 02, 2005

Dualidades



Voltei há dois dias de mais uma Feira da minha terra. Nada mais, nada menos que a famosa Barrancos, sobejamente conhecida nos últimos anos por…, Adivinharam?!, ser a terra do Zé Maria e fazer umas touradas “de morte” em Agosto!
Quando andava na Escola Primária e dizia a algum colega que a terra dos meus pais era Barrancos, via uma careta do outro lado, tipo, que raio de terra é essa? onde é que isso fica? lá para Trás-os-Montes, não? Hoje em dia, é fantástico ver como se tornou numa terra reconhecidíssima e, infelizmente, por motivos que nada lhe trouxeram de bom!

Pois é, eu também não sou apologista de touradas! Mas a diferença de Barrancos, que reside na morte de touros na arena, é ridiculamente empolada e até os defensores dos animais (supostamente pessoas inteligentes) caíram na ridícula ideia de que matar na arena é que era o acto verdadeiramente selvagem!!! Fizeram também ridículas manifestações às portas desta terra, chamando nomes aos populares, mostrando figuras públicas, e... de repente, Barrancos era a terra dos criminosos neste país! Tudo por ali morrerem, uma vez por ano, a astronómica e chocante quantidade de… 5 touros e 1 vaca! Ainda por cima nós comemo-los no dia seguinte…maravilhosa carne de novilho com tomate… já experimentaram? Ou são todos vegetarianos?
Sim, eu também partilho e sofro com a desgraça dos animais à face da Terra, e quem me conhece sabe que adoro animais, mas…pensem lá bem… por algum motivo temos dentes caninos na boca! É um facto que nascemos para comer carne! E é também uma opção…cada qual come o que bem entende.
Em todas as touradas, e são muitas, por esse país fora, não vejo manifestantes revoltarem-se contra o espectáculo. Não deveriam pôr-se em causa todas as touradas?
Ou é mais fácil virarem-se contra uma pequena população do que contra todos os poderosos senhores, ganadeiros e “tios” que vivem do espectáculo taurino?
Ou não sabem que todos esses touros bravos lidados nas touradas “menos selvagens”, onde os “meninos bem” mostram os seus cavalos e outros a sua valentia como forcados, vão morrer a seguir num matadouro, muitas vezes depois de horas ou dias de espera, com as feridas das farpas abertas, cheios de febre e doentes?
De quanta hipocrisia vive este país! Tudo se faz pela calada e, desde que não se veja, é plenamente aceite por todos!
Não será melhor acabar logo ali com a miséria destes seres, que nascem e morrem unicamente para serem lidados na arena?
Se não houvesse touradas também não havia touros bravos… estranho, não é?

Bom, de facto não tenho solução miraculosa… mas sempre me pareceu muito injusta a”guerra” feita a Barrancos. É claro que o sinto de um modo diferente, cresci a ver touradas e a minha família é toda de lá…entendo-os por um lado… mas não concordo nada pelo outro, e serei a primeira a dizer sim ao fim de todas as touradas, assim como de todas as situações em que os animais sofrem e são maltratados desnecessariamente.

Eu sei…o outro problema é as pessoas “gostarem” de ver touros a morrer… mas esquecem-se os fundamentalistas que nem todas as pessoas têm essa sensibilidade, esse sentimento actualíssimo de que o animal é um igual, com os mesmos direitos que os seres humanos; isso é algo que leva tempo a adquirir e a transmitir a outros, e pelos vistos, ainda metade do mundo não compreendeu as coisas assim; desde sempre o homem matou animais para comer e é assim que eles vêm a situação; é simples para elas: as pessoas não estão ali para verem um animal a sofrer, porque positivamente elas não pensam assim, elas estão ali a assistir a uma tourada, com bons ou maus toureiros (isso é indiscutível), em que, de facto, há um animal, que elas até respeitam e gostam, mas que no fim (para glória do matador) será inevitavelmente o elo mais fraco e morrerá no final da lide. A sua função ali acabou e no dia seguinte vai servir de alimento à população, pois basicamente é para isso que ele existe.
Sim, é cruel. Eu também acho! Já não vejo a tourada nem o touro a morrer há anos. Vou lá para viver o ambiente, ouvir cantares alentejanos e basicamente estar com amigos e família.

Mas, por favor! Com tanta miséria, crimes horrendos e todo o tipo de barbaridades a sucederem no mundo e também no nosso país… o melhor é ficar por aqui…

Viva Barrancos!
Snail

quinta-feira, setembro 01, 2005

Cá estamos nós!



Somos três e, como se pode ver, temos algumas coisas em comum…