Cotoveladas

sábado, setembro 27, 2008

Do Outono

FOLHINHA
Murchou a flor aberta ao sol do tempo.
Assim tinha que ser, neste renovo
Quotidiano.
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume.
O gume
Do cansaço
Vai ceifando,
E o braço
Doutro sonho
Semeando.
É essa a eternidade:
A permanente rendição da vida.
Outro ano,
Outra flor,
Outro perfume,
E o lume
De não sei que ilusão a arder no cume
De não sei que expressão nunca atingida.

Miguel Torga

1 Comments:

  • E que bem me soube ler este poema. O Outono, aquando da sua chegada, também me é uma estação muito querida. Adoro as folhas coloridas que vão caindo. Gosto muito de sentir ainda um sol molinho mas que nos deixa encalorados. Pena é que, daqui a pouco mais de um mês e já cansada dos dias que se tornarão cinzentos, comecem os meus suspiros pelos dias estivais ou, pasme-se, pelo mês de Dezembro com os dias frios, frios e solarengos.
    Beijinhos.

    By Blogger Carla Motah, at 11:18 da manhã  

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