Padrecito...

Quando em 1876 Eça de Queirós publicou O Crime do Padre Amaro, não imaginaria que, mais de um século e duas décadas depois, fosse adaptado ao cinema, passando a intriga a ter lugar no México do século XX.




Tudo começou num dia de Agosto… A cadelinha apareceu lá à porta e dei-lhe de comer; senti pena (principalmente, porque se percebia que devia ter tido cachorros há pouco tempo) … Depois, passou a vir regularmente: primeiro uma vez por dia, depois duas e havia alturas em que até vinha três. As minhas férias chegaram ao fim e passei a vê-la apenas aos fins-de-semana, contudo a errante cadelinha continuava assídua e pontual. Não sei como passa os dias, mas percebe-se que, durante aqueles momentos que está ali à porta, é feliz e o seu olhar não é vazio nem triste.
Passado algum tempo, apareceu com dois cachorros, muito mais reservados que a mãe, mas que já se atrevem a chegar às bolinhas de ração que coloco junto do portão… Primeiro espreitam e, se estou por ali, não avançam (escondem-se atrás do muro e sentam-se); quando vou para dentro, aventuram-se… são uma delícia! Mesmo sendo rafeiros, todos os cachorros são uma delícia. Agora vêm, também, regularmente. Não falham um fim-de-semana. Vêm sempre os três: ela muito afoita e com aquele ar de protecção; eles a tropeçar e um pouco desengonçados, como é apanágio dos cachorrinhos. Às vezes, detêm-se num monte de areia e as tropelias e brincadeiras são tantas que o monte deixa de ser monte e os três focinhos deixam de ser pretos. Claro que tive de reforçar a dose de ração.
No domingo passado, pela manhã, qual não é o meu espanto quando vejo, em fila indiana, não um, não três, mas sim cinco cães! É que a família canídea lembrou-se de convidar mais dois amigos para o pequeno almoço…

No rescaldo das Autárquicas, os bonecos do Contra são os únicos políticos que eu ainda tenho pachorra para aturar! Para matar saudades do Marques Pentes, do Isaltino Não Sais e do Manuel Triste ("A mim ninguém me cala!") enquanto o Telejornal não chega ao fim, nada como vir aqui e saber mais sobre o nosso boneco preferido, ver um vídeo ou jogar com o Paulo Tortas ou o Manuel Maria Sarilho, dando-lhes umas valentes cacetadas no alto da pinha (do melhor para aliviar o stresse acumulado...). "Quantos são, quantos são? Venham todos que eu não tenho medo de ninguém!".
A exposição da World Press Photo apresenta os duzentos melhores trabalhos de fotojornalismo do ano passado, a nível mundial. Estas fotografias, que são autênticos documentos históricos e sociais, estão à distância de uma ida ao Centro Cultural de Belém até ao dia 23 de Outubro. Que tal aproveitar o feriado a meio da semana para, além de apreciar estes trabalhos ímpares, revisitar alguns dos muitos monumentos que enriquecem esta bela zona, passear à beira-rio e, claro, terminar a tarde saboreando uns divinais pastéis de Belém? Será, certamente, um óptimo programa; e se a companhia for agradável, ainda melhor...