Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo

Abril de trevo e trégua e vinho e húmus

Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo

ainda só ardor e sem ardil

Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas

era um Abril na rua Abril a rodos

Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças

era um Abril de clava Abril em acto

em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo

Abril de boca a abrir-se Abril palavra

esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo

Abril de mão na mão e sem fantasmas

esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Manuel Alegre

Há anos ...

...que eu não ouvia isto!

Que gira que era a música e que pirosos que eram os Modern Talking!

Descobri a M80 (96.6 Lisboa e 89.5 Porto) e, agora, durante os longos 45m até ao emprego, até já me consigo abstrair da cinzenta e deprimente paisagem!

Doentes muito especiais

Qual é a mãe, filha, avó ou neta deste país que não deixou já um ente querido no Hospital das Bonecas? Ainda me lembro de, pela mão da minha mãe, apanhar o comboio para Lisboa, sair na velhinha estação do Rossio, lanchar na Suíça e ir à Praça da Figueira internar as bonecas e os peluches mais azarados ou cuja longa vida deixava já marcas visíveis. E lá ficavam os meus meninos internados, por quanto tempo não me recordo, mas era para mim um mistério ver que, quando lhes davam alta, vinham novinhos em folha.

Tinha ouvido dizer, aqui há uns anos, que este hospital tão especial iria fechar portas, mas, descobri agora que, graças a uma educadora de infância, continua a fazer as alegrias de muitas pessoas, sejam elas crianças de idade ou de espírito. Esta novidade fez-me decidir que na minha próxima ida à baixa lisboeta vou fazer uma visita a estes doentinhos!

O dia seguinte...

Modas

Depois de tanto tempo, agora é que me deu para isto...
Já tenho duas malas e um pijama e juro que não vejo os Morangos com açucar!

Os prazeres imortais de mais uma Páscoa (apesar do frio e da chuva)

O Lazer
no zoomarine a admirar os nossos conterrâneos dos mares para deliciar o pequenote e os grandotes também, e as tardes nos cafés e esplanadas à beira mar, rio ou o que seja.

A Preguiça
de saber que não se vai pensar em mais do que decidir onde almoçar entre o Algarve e Espanha, e o mesmo para o jantar e para os dias seguintes.

As Futilidades
das conversas entre amigos e família, do par de ténis para a primavera, passando pelas últimas calças de ganga, até à eleição da mala mais gira.

Os Passeios
sem pressa na vila e no campo

A Gula
nos almoços e jantares, petiscos e tapeo sem pensar na dieta que terá de se fazer a seguir.

E o menos esperado….
Mistério
causado pelo desaparecimento de dois pacotes de manteiga, e que, depois de uma investigação profunda a todos os cantos da casa, fui encontrar enterrados no canteiro do quintal, cada um em seu sítio, e incrivelmente não danificados.
Adivinham quem foi?