Bocage

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Esta é a segunda versão de um soneto que muitos não conhecem e que, por razões óbvias, não publico e isto é só para lembrar que o ousado, irreverente, incompreendido, boémio e talentoso poeta será uma vez mais recordado, hoje à noite, aqui.
5 Comments:
Eu tenho visto a série e estou a gostar bastante, mesmo quando o João Pestana teima em trair-me.
O Miguel Guilherme não podia ter sido melhor escolha.
Beijinhos.
By
Carla Motah, at 6:30 da tarde
oh carlita já disseste tudo. Eu também fui traída pelo João pestana na semana passada mas hoje lá estarei para acompanhar as desventuras do picante e truculento Bocage.
By
t-shelf, at 6:36 da tarde
Ainda não vi! Falha minha já que adoro o actor, mas o cansaço de 6ª não perdoa. bjs
By
Snail, at 10:13 da tarde
Eu não perdi o episódio de ontem que, à semelhança dos outros, não desilidiu. O Miguel Guilherme está perfeito no papel de Bocage!
Bjs
By
Pantera Cor-de-Rosa, at 9:48 da tarde
"Lavrou chibante receita
Um doutor com todo o esmero;
Era para certa moça,
Que ficou sã como um pero.
"Tão cedo! É milagre!"
A mãe (que de gosto chora)
"Minha mãe, não é milagre,
Deitei o remédio fora!"
Epigrama de Bocage
Gosto muito deste poeta!!
By
Anónimo, at 2:56 da tarde
Enviar um comentário
<< Home