O Natural inevitável

Já dizia o mestre:
"Quando está frio no tempo do frio,
Para mim é como se estivesse agradável
Porque para o meu ser adequado à existência
O natural é o agradável só por ser natural.

Aceito as dificuldades da vida porque são o destino.
Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno -
Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita ´
E encontra uma alegria no facto de aceitar -
No facto sublimemente científico e difícil

De aceitar o natural inevitável. (…)”

A questão é que o Natural já não é inevitável e muito menos natural! Há uma semana atrás já era Primavera, agora estamos no alto do Inverno!
Para os que vêem no calor o maior amigo, há sempre uma solução, mas o que fazer aos animais enganados pela visão de uma Primavera antecipada? O que fazer às andorinhas que foram vistas nos campos, já floridos, do Alentejo, às cegonhas que, agora, fazem da Península Ibérica habitação permanente, ou aos ursos do Zoo de S. Petersburgo que acordaram antes de tempo?

Onde pára o Natural inevitável?